Creio que não existe nada de mais belo, de mais profundo, de mais simpático, de mais viril e de mais perfeito do que o Cristo; e eu digo a mim mesmo, com um amor cioso, que não existe e não pode existir. Mais do que isto: se alguém me provar que o Cristo está fora da verdade e que esta não se acha n'Ele, prefiro ficar com o Cristo a ficar com a verdade. (Dostoievski)

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26 de set. de 2007

Caros Amigos [22]

... e aí?

... tá gostando de fazer? Você imaginava que ia ser assim, ou esperava de outro jeito? Sei lá, tem tanto jeito, não é mesmo? Tem gente que faz de trás pra frente, tem gente que prefere de baixo pra cima... Agora, seja lá quem for, eu acho que todo mundo imagina antes como vai ser. Você concorda comigo?

Mas e nós, vamos dar uma paradinha ou você quer logo ir adiante? Posso dar uma sugestão? Vamos dar uma paradinha, agora. Depois a gente recomeça tudo de novo. É tão gostoso. E nunca é a mesma coisa, nunca é do zero que a gente recomeça, você não acha? Pelo menos comigo é assim, eu acho esse jeito prazeroso e várias vezes eu vou por esse caminho.

Mas a gente também pode ir de uma vez de um fôlego só sem vírgula. Também é legal. A verdade é que não tem regra, nem lei, não é? Bom, no começo até tem, mas depois a gente pode largar isso de mão e ir no improviso, que nem músico de jazz. Ensinam a gente - quando ensinam - que tem que ser assim ou assado. Ou, quando não querem parecer muito diretivos, que é melhor ser assim ou assado. Mas é tudo conversa fiada. Eu faço de várias formas e quanto mais formas eu descubro melhor fica. Às vezes tem uma maneira lá que é ótima e eu me deixo um bom tempo só com ela, numa espécie de apaixonamento. Depois eu mudo de novo e um dia qualquer me lembro daquele jeito e faço ele outra vez, pra matar as saudades. E depois... e depois... e depois...

Enfim, eu? Pra mim tanto faz desde que faça tanto. Faço deitado, faço em pé, sentado, na cama, no chão, no sofá, na mesa da sala, rapidinho no elevador, no carro estacionado numa rua erma, num ônibus interestadual, cortando a noite numa estrada qualquer, no banheiro de uma festa na casa de amigos, até numa cabine 24 horas eu já fiz. O negócio é se concentrar e aí dá pra fazer na arquibancada do Maracanã em dia de Fla-Flu ou na Catedral Metropolitana durante a missa do galo. Você concorda comigo? Às vezes eu faço em voz alta, às vezes calado. Às vezes faço sozinho. Você já fez com muita gente? Experimenta, deixa a vergonha pra lá, é legal. No começo a gente fica sem jeito, vai subindo aquele calor pelo rosto com as pessoas te vendo e te escutando, mas depois é relaxar e curtir. E repetir sempre que possível.

Pensar que tanta gente no mundo não pode fazer, que absurdo! As mulheres, como sempre, foram as mais prejudicadas por essas proibições. Na idade média, então, eram capazes de ir pra fogueira se os padres as encontrassem fazendo. Ou mesmo se descobrissem simplesmente que elas sabiam fazer. Queriam só pra eles...

Você lembra da primeira vez, de como começou? É uma emoção que a gente leva pra sempre, mesmo recordando de todas as dificuldades, não acha? E pensar que nunca mais, nunca mais a gente vai deixar de fazer. Mesmo agora...

Tem poucos prazeres no mundo que se igualam a esse. Bom, mas já que é tão gosotoso, chega de falatório, não é mesmo? Vamos continuar fazendo, vamos?

(Na verdade eu já fiz antes de você, afinal eu sou o autor deste texto. Mas e você, que está chegando aqui pela primeira vez, me diga: ler é ou não é um tesão?)

Texto de César Cardoso, escritor, publicado na revista Caros Amigos ano X, nº 119, fevereiro/2007, p. 14.

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