Creio que não existe nada de mais belo, de mais profundo, de mais simpático, de mais viril e de mais perfeito do que o Cristo; e eu digo a mim mesmo, com um amor cioso, que não existe e não pode existir. Mais do que isto: se alguém me provar que o Cristo está fora da verdade e que esta não se acha n'Ele, prefiro ficar com o Cristo a ficar com a verdade. (Dostoievski)

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4 de fev. de 2014

o lobo de wall street. corre se não ele te pega.


Hoje à noite fui ver O Lobo de Wall Street, de Martin Scorsese, com Leonardo DiCaprio. Não havia lido nenhuma crítica antes, então eu não tinha, de fato, nenhuma ideia do que enfrentaria. Primeiro, preciso dizer que o filme é praticamente uma novela: cerca de três horas de duração, haja paciência. Se fossem três boas horas de filme, ótimo. Mas não: a narrativa é longa e arrastada, com uma repetição excessiva de cenas, tomadas desnecessárias, uma forçação de barra nas cenas sexo, drogas e rock’n roll e uma narrativa mal construída e mal amarrada. Aliás, tudo no filme é over: as cenas de sexo e orgia, a interpretação do Leonardo DiCaprio e provavelmente o custo total dessa empreitada. Milhões de dólares para Scorsese não fazer o blockbuster que ele tanto queria. O filme banaliza as cenas de sexo, uso de drogas, brigas e orgias – sim, a intenção é boa: causar justamente a sensação de que as pessoas ali envolvidas eram praticamente animais, bestas selvagens em alguma savana africana, devorando-se alegremente em rituais de hedonismo coletivo. E animais de bom coração, que no fundo, no fundo, no fundo, bem lá no fundo, eram pessoas bem intencionadas – por isso acho que o filme deveria ser da Disney, não do Scorsese.  A história tem um ritmo interessante no começo, exatamente por conta das cenas mais hardcore. O problema é exatamente isso: depois de um início apoteótico, um final medíocre. Destaque para o ótimo Matthew McConaughey em participação pequena, mas excelente, no início do filme. DiCaprio não está ruim, ele é um ótimo ator e quem o acompanha desde Titanic percebe como ele tem evoluído. Foi criticado no início, sobretudo por ter tomado o lugar de Matt Damon em Titanic, mas já provou ser mais que um belo par de olhos azuis (e que belo). Mas neste filme DiCaprio está over, e talvez nem seja culpa dele: seu personagem é histriônico demais, é falante demais, é confiante demais, é tudo demais ao mesmo tempo agora. Parece que Scorsese não entendeu o óbvio: não é uma sucessão de cenas com trilha de rock’n roll, mulheres nuas e imagens distorcidas, indicando que os personagens estão totalmente chapados, em sequências rápidas e overdose de planos de conjunto, que faz um bom filme. No final o ritmo diminui, o filme se arrasta e o rola um anticlímax frustrante. Fiquei me perguntando se eu havia passado três horas naquela poltrona de cinema – e sem pipoca – pra ver aquele final melancólico e incoerente. Três músicas do filme me fizeram brevemente feliz: primeiro, Movin’ Out, com o incrível Billy Joel, para mim um dos grandes do pop anglo-norte-americano. Ponto para o filme. Outras surpresas boas foram Mrs. Robinson, numa versão mais rock’n roll, e a música italiana Gloria, de Umberto Tozzi, totalmente anos 80. Ah, sim, e tem mais uma coisa que me deixou feliz: o Jean Dujardin, que surge belo e charmant na parte final do filme. Além de ele ser bem lindo, é talentoso. Mas o melhor mesmo é ouvi-lo falar inglês com um lindo e irresistível sotaque francês. Nada mais fascinante que ouvir um francês falando inglês, e pelo menos isso o filme me garantiu.

Para mim, o melhor mesmo de O Lobo de Wall Street foi ver os trailers de outros filmes antes do filme. Fiquei morrendo de vontade de assistir Mary Poppins, da Disney, com o Tom Hanks e a Emma Thompson. Também espero ansiosamente Trapaça, com o ótimo Christian Bale, de quem guardo boas lembranças de O Império do Sol, de Spielberg (um pobre garoto que me fez chorar praticamente o filme inteiro), Psicopata Americano e a trilogia do Batman, dirigida por Christopher Nolan. Também estão em Trapaça os ótimos Bradley Cooper e Jennifer Lawrence, protagonistas do emocionante, tocante, perfeito O Lado Bom da Vida, que fui ver duas vezes (porque quando o filme é assim eu tenho que ver mais de uma vez: This Must Be The Place, com meu “the best” Sean Penn, eu vi três) e a Amy Adams, engraçada e convincente em Encantada (além de outros, mas não tão legais). Também me interessou o trailer de Philomena, de Stephen Frears, diretor do inesquecível Ligações Perigosas (não gostei muito de O Segredo de Mary Reilly nem de A Rainha, também dele).

Resumo da ópera: troco este Scorcese por meio Tarantino.


P.S.: a pergunta que não quer calar: POR QUE, FGS, há pessoas se sentam numa poltrona de cinema achando que estão na sala de casa, numa reunião familiar de domingo, e ficam falando sem parar, digitando mensagens no celular e infernizando a vida de quem só quer ter algumas horinhas de entretenimento em paz? 

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